A pulsação das minhas palavras oscila em um entardecer
que acompanho com a alma perdida e pensamento que vagueia dentro de um olhar
fixo no horizonte.
O pensamento entra em estado de maturação desnudando o
que sou... O que sinto.
Miudezas, outrora despercebidas, tornam-se nítidas,
desvestidas pelo medo de não saber o que virá.
Me armo de partículas, moléculas em gotas de vibrações
positivas para desbravar esse universo que tanto almejei conhecer e que agora
me espera.
Um coração completo. Pronto pra viver o que acontecerá.
Um querer que conquistou seu direito à voz.
Um viver que conquistou seu direito à vez.
Aspirações que nunca couberam por dentro.
Ilusões fragmentadas. Vidraças velhas refletindo, em
cortes, o que sou de fato.
Sigo em outros compassos, num passo de cada vez, germino
a paciência de respirar friamente mesmo quando o ar está pesado.
Hoje já não me importa em quantos recortes e pedaços meus
sonhos foram desfeitos. Retenho minha atenção em fazer com que essas partes se
juntem.
Escolho o silêncio muito dito das palavras.
Engulo a pressa e sigo com esse coração bobo e
desajeitado. Que não quer mais fingir. Desarma-se do faz de conta. Que entende
que as gotas cristalizadas pelo frio interior tendem a derreter quando o sol aparece,
nascendo este, das reformas intimas lapidadas em silêncio todos os dias.
Joanna
Bravim