terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Como Uma Orquídea



Hoje, mais do que nunca, convivo com essa brisa árida e seca que o meu jeito desajeitado e tímido me resguarda.

E eu te quis tanto...

E no ápice da torrente dos meus desejos mais ardentes por ti,
No ímpeto desse sentimento que queimava em meu ser,
Sussurrei no teu ouvido o que sentia_ na esperança de libertar-me do que me corroia e gritava querendo fugir do mais profundo do meu âmago.

Não tive forças para segurar o que ebulia dentro de mim... Jorrando, desaguando...
E com palavras quebrei as correntes que trancafiavam os portões da minha timidez,
E vi o que eu sentia voar rumo à liberdade do teu saber...

E tu como uma orquídea, delicada e irremediavelmente fria, punhas tua mão sobre a minha agradecendo pelo que ouvia, e agora sabia, porém não se importava.
E até a tua impessoalidade me encantava, mesmo que dela desencadeasse a mais profunda tristeza que uma mulher refém dos sentimentos poderia sentir.

Hoje respirar dói!

Cada expiração é um desabafo da certeza de não ter o teu amor.
As horas rastejam em meio aos escombros de uma existência_ que contrariamente a minha esperança_ insiste em nascer e se por diariamente.

O passar dos dias trás consigo o odor que a morte de tudo o que acreditava exala.

Hoje só me resta o vazio do que acreditava e meu olhar perdido no horizonte buscando por algum ponto no qual possa se fixar.

Joana Bravim