quarta-feira, 30 de março de 2011

Despejar-me


Saudade das ilusões que eu tinha...
Da paz que, achava eu, me pertencer.
Nostalgia que me apetece,
Rancor que me suga e consome...
Quero me retirar daqui.
Despejar-me de mim,
E desse aglomerado de lembranças que não se realizaram.
Preciso encontrar algum feixe de luz que me mostre o caminho de um bom lugar.
Descobrir o que fazer com esse “apanhado” de coisas que achava que eu era
Emaranhado ao que eu almejava ser.
Não sei como me livrar dessa solidão que corre em minhas veias...
Não sei como me livrar dessa esperança que circunda minha existência,
Essa espera que nunca alcança o que sempre se lança a buscar...sabe-se lá o que...
Talvez um amor, ou menos dor ao amar.

Joana Bravim






Desbravador de mim


Prefiro fazer o que me dá prazer
Foco o meu olhar para o que atrai o meu instinto
Coisas óbvias me deixam entediada
Apesar dos pés fincados no presente, confesso que o passado é algo inerente a minha condição humana...

Gosto de mergulhos...explorar, ir em  profundidade, mas só posso ir até onde me permitem.
Me estenda a mão e descobriremos de almas dadas um caminho para emergir.

Me recarrego por sinergia
Mudo de Polaridade se preciso for
Me faço e refaço no que você quiser, não tenho medo!
Mas só posso ir até onde me permitir.

Não é fácil compreender o que querem de mim, principalmente quando não sabem o que querem.
Não gosto de pessoas que estão metade junto a mim... E a outra metade na dúvida sem saber para onde vai...
Sou muito mais do que o pouco que a sua percepção lhe permite enxergar.

Sinto que minha loucura anda cada vez mais atrelada a minha inteligência;
Que a minha intensidade cada vez mais vinculada a minha razão;
Como isso é possível?
Da mesma forma que várias vertentes improváveis são interdependentes da harmonia do caos.
Talvez eu tenha coragem de dizer o que você não ousa...

Ou Saiba dizer de forma simples o que você não consegue expressar.
Talvez com um olhar eu diga o que da sua boca não sai... E como os meus olhos falam!!!
Dizem tanto e de uma forma tão simples... muito falam da fonte inesgotável que existe em mim.
Me permito ser diferente a cada dia, acordar todos os dias e fluir com a vida...
Dizer o que sinto... porque sinto...

Deixar o peito desaguar quando dá vontade... Muitas vezes, sem o escorrer de lágrimas, só interiormente, na ilusão de manter o mínimo de dignidade.

O “sentir” me move... Só por ele eu falo e calo.

Tenho uma paixão inebriante pelo o que sinto, penso e me torno a cada dia!

Por isso estou sempre sendo complacente comigo mesma.

não é fácil admitir que ao mesmo tempo que isso me realiza também me tira o tino, me perturba...

Estou aprendendo a lidar com os meus “eus” e confesso que o trabalho em equipe não tem sido muito fácil...
Tento fazer dos meus confiltos oportunidades de melhoria, reduzi-los a um ponto no qual a convivência comigo mesma se torne ao menos suportável
Um interior tão pequeno cujo o interior e tão amplo e profundo...
Amo esse mar de especificidades internas
A cada dia descubro um detalhe que me impressiona
Eu: Desbravador de mim.

Joana Bravim

sábado, 12 de março de 2011

Cansaço


Olhos que refletem tristeza
Coração aos escombros
Entulho de sonhos implodidos por atitudes mesquinhas...egoístas.
O que resta daqui?
Leve-me para outro lugar.
O pôr-do-sol faz lembrar um fiasco de felicidade que tive na infância enquanto a esperança rasteja pedindo clemência,
E a razão implora pra que meu ser pare de tentar se reerguer.
Tudo em mim é cansaço!
Meu ser grita por repouso...
Férias de mim_ do que tenho e não tenho, do que sou e não sou.
Por hoje, escolho o nada. O vazio...
Puro, infinito, completo e cheio em si mesmo. Pleno e absoluto.
 é só do que preciso agora para sentir paz, mas se isso não for possível...
Que a vida me sirva ao menos doses amenas de realidade.


Joana Bravim

O que me atrai


Alma irrequieta e calma
Que reflete no olhar profundidade triste, distante e uma maliciosa determinação.
Como pode alguém ter uma postura, ao mesmo tempo, tão altiva, insegura e vulnerável?
É tudo tão oposto e extremo... Tudo tão frio e intenso.
Existem dois opostos em você que me atraem.

Joana Bravim