quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pronta pra viver




A pulsação das minhas palavras oscila em um entardecer que acompanho com a alma perdida e pensamento que vagueia dentro de um olhar fixo no horizonte.

O pensamento entra em estado de maturação desnudando o que sou... O que sinto.

Miudezas, outrora despercebidas, tornam-se nítidas, desvestidas pelo medo de não saber o que virá.

Me armo de partículas, moléculas em gotas de vibrações positivas para desbravar esse universo que tanto almejei conhecer e que agora me espera.

Um coração completo. Pronto pra viver o que acontecerá.

Um querer que conquistou seu direito à voz.

Um viver que conquistou seu direito à vez.

Aspirações que nunca couberam por dentro.

Ilusões fragmentadas. Vidraças velhas refletindo, em cortes, o que sou de fato.

Sigo em outros compassos, num passo de cada vez, germino a paciência de respirar friamente mesmo quando o ar está pesado.

Hoje já não me importa em quantos recortes e pedaços meus sonhos foram desfeitos. Retenho minha atenção em fazer com que essas partes se juntem.

Escolho o silêncio muito dito das palavras.

Engulo a pressa e sigo com esse coração bobo e desajeitado. Que não quer mais fingir. Desarma-se do faz de conta. Que entende que as gotas cristalizadas pelo frio interior tendem a derreter quando o sol aparece, nascendo este, das reformas intimas lapidadas em silêncio todos os dias.

Joanna Bravim

Sorrisos Não Perecíveis



A alma sereniza ampliando a visão e o sentido do mundo.

Os olhos buscam por detalhes [in]visíveis que prendam minha atenção.
Reflexões que não são isoladas, imunes.

Desajeitadamente busco por um lugar que aceite meus critérios.

Sei que o espaço existente no meu corpo não é suficiente para caber tantos pensamentos.
E em meio ao escuro_ necessário para melhor captar as imagens que em replay assisto_ rogo entre preces e palavras confortantes, na crença de que em minhas próprias mãos, eu encontre a cura que necessito.

Quebro os intransponíveis estereótipos criados pela minha baixa autoestima e liberto os sorrisos não perecíveis de ser o que eu sou. Assim, consigo abrandar os nocivos pensamentos corriqueiros e satisfazer as vontades tão genuínas de viver.

Jogo ao vento esse punhal de disfarces exigidos e retenho a paz de ser, sendo esta, o tesouro mais reluzente da alma.

Consigo enfim respirar vivendo meu próprio tempo: o tempo que me cabe.

E encerro a chata frieza do vazio de não ser.

Joanna Bravim

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Corações que Pulsam o Mundo



Somos corações oferecidos;
Corações que tentam encontrar um lugar seguro;
Corações com o mais profundo segredo perdido no mistério de ser;
Corações que buscam seu encaixe no quebra-cabeças chamado mundo.

Corações com novas idéias;
Corações que pertencem à mesma velha canção;
Corações perambulando na noite mais escura;
Corações que buscam por uma unção.
                                                                                                            
Corações buscando brilhar como as estrelas;
Corações que são o nosso próprio engano;
Somos os corações que gostamos;
Corações que são o que pensamos;

Corações que são aquilo que queremos;
Talvez seja o que há dentro de você,
É o que há dentro de mim.
O silêncio repete o que não quero ver: O mundo é assim.


Joanna Bravim


Coração Mole Vida Dura





Penso que existo
Se existo nisso penso
Da chama fez-se o céu como caminho pra ser andado
Aqui se vive à míngua, culpa de um amor que deu errado.

Mente boquiaberta percebeu a vida deserta
Carne viva atrás da pele
Eu vi a ferida ser aberta diante da palavra certa
Já não há o que se revele.

Não me diga que me ama. Não me diga que me quer.
Sentimento pegue pague só faz andar de ré.
Não me prive não me prove
Sofrimento não é amargura
Já não há o que eu rogue
Coração mole vida dura.  

Joanna Bravim

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Hum Recomeço a Mais




Dos restos que sobrou de mim faço um meio pra recomeçar
Aos trancos e barrancos
Chorando e amando
Sigo rumo a algum lugar

Coração encabulado, de todo jeito se emaranhando no peito errado
Querendo a paz de recomeçar

Sentimento de raiz forte
Vira farol, bússola e ao mesmo tempo me deixa sem norte
Touro bravo a me xifrar

Me pendura, joga pra cima, me arrasta
Me atropela, viro ruína, tudo devasta
Rouba a alegria, traz a rima
Nunca se basta

Mas saiba que a vitória é fugaz
A dor é tenaz
Mas vou ter a chance de hum recomeço a mais.

Joanna Bravim

Pedindo em Silêncio





Sou apenas uma mulher despedaçada pelo amor.
Com a alma devastada por uma tristeza imensamente profunda,
Minh’alma cheia de sentimento e de expressão só te pede em silêncio:
_Dê-me mais um dia.

Quanto mais tenho que perder antes do meu coração ser abençoado?
Quanta dor mais eu terei que sofrer para encontrar paz?
Por mais uma vez as estações se despedaçam

Meu mundo está estagnado e tudo em volta flui como se nada tivesse acontecido
Como isso é possível?
Como pode ser se eu não tenho mais você?

As memórias deixaram meu mundo triste e adormecido.
Meu dia não é mais meu
Tento encontrar forças para suportar tudo o que não disse
E me sinto incapaz de escolher meu próximo destino

Eu estou sempre procurando por sua imagem, tentado te ver em algum lugar:
Na calçada oposta, na faixa de pedestre, no meio dos meus sonhos.
Na esperança que você estivesse em um lugar perto de mim
Se meu desejo tivesse que se tornar realidade, eu estaria do seu lado.

Se eu somente quisesse distrair minha solidão, qualquer pessoa teria sido o suficiente.
Tento entender o porquê de eu não poder mentir para mim mesma
Um desejo que se tornaria realidade seria o de retornar para o teu abraço

Eu estou sempre me deparando com fragmentos, aparecerem de qualquer lugar...
Eu acabo sempre encontrando teu sorriso
Se minha vida pudesse ser recomeçada
Não importa quantas vezes fossem... Eu voltaria pra você.

Joanna Bravim

Entregue a Própria Sorte



Coração desalinhado
Irradiando a luz que tua proximidade provoca
Em meio a esse clarão como esconder o que eu sinto?

Meu pensamento sem saber te busca
Na música, no que digo, vejo ou faço
Na distração que uso pra não pensar em você te acho.

No meu disfarce a armadilha que me revela
O orgulho é a fina neblina a esfriar a minh’alma no silêncio do meu quarto
É dentro dele que cabisbaixa vejo o tropeço dos meus passos

Minha alma descoberta
Coração desarmado
Amor entregue a própria sorte que nunca esteve do meu lado.

Joanna Bravim