quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ossos do Ofício




Amanheceu.
O sol teima em raiar afrontando a escuridão que permanece no mais profundo dos meus olhos.
Eu te quis e quis acreditar.
Mas agora é tudo tão vago... Impreciso... Disperso...

O reflexo do espelho comprova a apatia do meu semblante
De ombros curvados tenho que seguir rumo ao trabalho
A sobrecarga de dor torna o ofício mais pesado que costumeiramente é.
Mesmo assim, ainda tento fazer dele um refúgio, um alento.

Minhas tentativas de disfarce fracassam no meu sorriso amarelo tão perceptível.
Sou todo fracasso.
E isso me envergonha. Faz-me querer me isolar em casa.

Mas tudo em volta é lembrança.
Nem o café aquece minh’alma.
E a cafeína torna-se desnecessária diante da insônia que já me acompanha dias a fio.

Joanna Bravim

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